Neste ano de 2022 Porto Alegre está completando 250 anos de sua fundação. E a Top realizou um tour histórico pelo centro da cidade contando fatos e curiosidades da formação a cidade, mostrando as primeiras ruas, prédios e casos ocorridos nas localidades. Neste post é possível acompanhar os locais e nossas considerações.
Bom tour!
Veja mais tours em nossa agenda de Porto Alegre aqui.
Pontos de nosso TOUR:
PRAÇA DA ALFÂNDEGA
Antigo Largo da Quitanda, está presente desde a fundação da cidade. Foi o local do primeiro porto de Porto Alegre.
Abriga o maior e mais preservado conjunto de prédios históricos.
MARGS (antiga Delegacia Fiscal), Memorial do RS (antigo Correios e Telégrafos), Farol Santander(antigo Banco do Comércio, Província e Meridional). Local famoso por abrigar anualmente a Feira do Livro. Concentra grande número de bustos e monumentos.
MARGS
Museu de Arte do Rio Grande do Sul nasceu em 1955. Conta com 2,5 mil obras tombadas, com predominância da arte gaúcha da segunda metade do século XX, embora a arte nacional e estrangeira também estejam presentes.
Antigo prédio da Delegacia Fiscal se tornou o museu em 1978. O projeto arquitetônico do edifício é de autoria do alemão radicado em Porto Alegre, Theodor Wiederspahn, o mais destacado arquiteto que atuou na cidade nas primeiras décadas do século XX. O prédio foi finalizado em 1914 mas suas cúpulas de bronze só foram instaladas em 1922, por terem sido confiscadas pelo governo alemão (devido à Primeira Guerra Mundial) para uso do material na fundição de canhões.
No fim dos anos 90 foi completamente restaurado e suas instalações foram adaptadas para fazer dele um museu de acordo com as convenções museológicas contemporâneas e capaz de receber mostras de nível internacional, ainda que suas dimensões sejam relativamente modestas. Atualmente passa por nova reforma(2022).
Atualmente a ocupação dos espaços é a seguinte :
- Térreo – saguão, Direção, núcleos administrativos, AAMARGS, reserva técnica, sala de montagem, cozinha e oficina. Com entrada pelo exterior do prédio também existe um restaurante.
- Primeiro piso – três salas de exposição, uma copa, um café e uma arte-loja.
- Segundo piso – cinco salas de exposição, uma copa, dois auditórios e o Núcleo de Documentação e Pesquisa, com sua biblioteca.
- Terceiro piso – terraço aberto, com os torreões dos laboratórios de restauro e das oficinas de arte.
Tombado pelo IPHAN e IPHAE.
Memorial do Rio Grande do Sul
Surgido com o intuito de preservar a história do Rio Grande do Sul, o Memorial foi criado em 1996 no antigo prédio de Correios e Telégrafos localizado na Praça da Alfândega. Em sua formação foi acertado a instalação de um Museu Postal – afim de manter a história original do seu antigo funcionamento.
Assim como seu vizinho MARGS, ele foi construído no início do século XX (período áureo da arquitetura porto alegrense). Seu arquiteto também foi Theodor Wiederspahn e seguindo a tendência positivista, o prédio foi elaborado em estilo eclético com influência do barroco alemão.
O Acervo Histórico do Rio Grande do Sul funciona hoje em seu interior e possui um acervo de mais de 12 mil itens e documentos de valor inestimável para a história gaúcha. Além disso, conta com a linha do tempo desde a pré-história e diversas salas para exposições interativas e itinerantes.
Tombado pelo IPHAN e IPHAE.
Farol Santander
Terceiro e mais recente prédio (1931) do conjunto histórico localizado na Praça da Alfândega, o Farol Santander (antigo Santander Cultural) é um Centro Cultural mantido pelo Banco Santander desde 2001.
O prédio originalmente foi construído entre 1927-1931, engenharia de Hipólito Fabre, e fachadas e ornamentações desenhadas por Fernando Corona. Theodor Wiederspahn também colaborou no projeto arquitetônico.
Serviu de sede dos bancos da Província, Nacional do Comércio, Sul Brasileiro e Meridional – até este último ser adquirido pelo banco espanhol e que financiou seu restauro. Os mármores e seus vitrais franceses remetem ao esplendor original e contrastam com a temática mais frequente de exposições que é a arte contemporânea. O local serviu de base para a Bienal do Mercosul nos anos que ela ocorreu em Porto Alegre.
Já abrigou exposições importantes na cidade, como as dos pintores Miró e Pablo Picasso.
Tombado pelo IPHAE.
PAÇO MUNICIPAL E FONTE TALAVERA
Construída entre os anos de 1898 e 1901 pelo então Intendente José Montaury – A Intendência Municipal (depois Prefeitura Municipal até 2022) é o primeiro prédio na cidade com forte influência positivista na arquitetura – que viria a nortear boa parte dos prédios construídos até 1930 em Porto Alegre.
O prédio da antiga Prefeitura conta com um conjunto de estátuas que remetem a monumentalidade da época. No grupo à direita, junto à Avenida Borges de Medeiros, a figura central representa a Liberdade e a da direita, a História; o busto de Péricles, a Democracia; já a figura da esquerda representa a Ciência. A figura central do grupo colocado próximo à rua Uruguai representa a Agricultura; a da direita representa o Comércio; e a da esquerda figura a Indústria. Em acréscimo, estátuas isoladas que representam a Justiça e a República. Na fachada frontal existem bustos de José Bonifácio e do Marechal Deodoro da Fonseca. No centro encontra-se o Brasão da República.
A Prefeitura administrativa foi transferida para o antigo prédio da Habitasul e a antiga Intendência passou a abrigar o Museu de Arte de Porto Alegre – recém criado.
Fonte Talavera
A Fonte Talavera instalada em frente ao Paço Municipal foi um presente da Espanha em 1935, por ocasião da comemoração do centenário da Revolução Farroupilha. Sinaliza o marco zero da cidade. A idéia de fazer uma homenagem com um chafariz, do povo espanhol para Porto Alegre, partiu do professor e escultor Fernando Corona. A intenção era ornamentar a cidade com algo que traduzisse o espírito clássico da Espanha. Desenhada por Corona, a obra foi executada pelo mais afamado ceramista talaverano, Juan Ruiz de Luna. Antigamente a estátua que existia no local era a “Samaritana” – transferida para a Praça da Alfândega, e hoje recolhida devido à vandalismo.
MERCADO PÚBLICO
A construção teve sua pedra fundamental lançada em 29 de agosto de 1864, mas só foi ser inaugurado 5 anos depois em 1869. Sua estrutura inicial era de apenas um piso. Sendo o segundo construído na gestão de José Montaury – concluído em 1915. O Mercado sofreu com vários incêndios durante sua vida, sendo o último ainda presente na memória, ocorrido em 2013 e ainda não restaurado.
Durante a gestão de Telmo Thompson Flores – durante o regime militar – o Mercado Público quase foi demolido para criação de um grande estacionamento, mas o clamor popular evitou que ocorresse o fato.
O Mercado Público faz parte das tradições da cidade, principalmente por sua Banca 40 (uma sorveteria), seu centenário restaurante Gambrinus (o mais antigo do RS – desde 1889) e um dos mais tradicionais bares da cidade, o Bar Naval, com 101 anos. O mercado tem sua arquitetura externa totalmente preservada. Existem mais de 100 lojas, que vendem de tudo: especiarias, erva-mate e utensílios gaúchos, artigos para cultos religiosos, lojas de artigos de confeitaria, bacalhau e outros peixes e carnes, lancherias e restaurantes. Existem mais de 100 mil itens à venda.
Para religiões afro-gaúchas há uma importância simbólica sobre o Mercado. O fato de acreditarem que no “cruzeiro” central do prédio esteja assentado o Orixá Bará, que na concepção africana, é a entidade que abre os caminhos, sendo também o guardião das casas e cidades.
Mercado Livre
Em frente ao Mercado, à beira do Guaíba, no século XIX, ficava a chamada “Doca de Frutas”. Por muito tempo, era ali que as embarcações atracavam para venda direta de mantimentos. No século seguinte, a Doca foi aterrada para surgir o Cais do Porto. Em 1939, o prefeito Loureiro da Silva, famoso por investir em obras na cidade, inaugurava o Mercado Livre, que seria o lar dos hortifrutigranjeiros. O prédio grande, ao estilo art decó, surgiu com o objetivo de abrigar bancas de frutas e verduras. Passou a complementar, assim, as atividades do seu ilustre vizinho. Nos anos 70 ele foi demolido para a construção da Estação do Trensurb. Hoje, abriga o painel de Danúbio Gonçalves, “Epopeia Rio-grandense, Missioneira e Farroupilha”.
Mercado Público é tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal.
ESPAÇO FORÇA E LUZ – CENTRO CULTURAL ÉRICO VERÍSSIMO
Inaugurado em 2002, resultado de um esforço conjunto entre a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), a ALEV, Associação Cultural Acervo Literário de Erico Veríssimo e a PUCRS. No local, além do acervo de Erico Veríssimo, o público tem acesso às obras de outros autores. O Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul, órgão cultural da CEEE, também possui espaço nobre no Centro Cultural. Além disso, abriga um auditório-teatro que é frequentemente usado durante a Feira do Livro.
Concluído em 1928, o prédio possui características ecléticas, com uma fachada principal que apresenta detalhes decorativos, esculturas, arcos, colunas e sacadas. Nele funcionou Clube dos Caçadores – famoso ponto de encontro de políticos e intelectuais, em 1929 foi alugado para a empresa norte-americana Foreign Light and Power, que explorava a produção e distribuição de energia elétrica. Em torno do ano de 1964 o prédio, que era do Jockey Club do Rio Grande do Sul, foi desapropriado para tornar-se propriedade da Companhia Estadual de Energia Elétrica.
Tombado pelo IPHAE.
RUA DA LADEIRA – ENCHENTE
Rua da Ladeira – General Câmara
No início do século XIX, quando o governo central transformou a freguesia em Vila de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, existiam apenas sete ruas com edificações na península. Três paralelas à margem do Guaíba e quatro transversais.
A Rua General Câmara era uma dessas transversais e fazia a conexão direta entre a Rua da Praia e o alto da Matriz desde 1772 – ano da fundação da cidade. Já nesta época possuía dois nomes: no trecho entre a Rua dos Andradas e a Rua Riachuelo era conhecida como Rua do Ouvidor, certamente por causa do Ouvidor da Comarca, Dr. Lourenço José Vieira Souto que determinou a execução do seu calçamento à Câmara e, no trecho entre a Rua dos Andradas e a Avenida Mauá, como Beco do João Inácio ou Beco da Garapa, porque este comerciante ali vendia uma garapa de qualidade, procedente de sua chácara localizada no Caminho Novo, que atraía um bom número de apreciadores.
Por volta de 1829 a Rua do Ouvidor passou a ser conhecida, também, por Rua da Ladeira. As três designações coexistiram até 1870, quando a Câmara Municipal oficializou o nome de Rua General Câmara em toda a sua extensão, em homenagem ao General José Antônio Corrêa da Câmara, Visconde de Pelotas. Apesar da denominação centenária, a Rua General Câmara continua a ser chamada, pela população de Porto Alegre, de “Rua da Ladeira”.
Enchente de 1941
A enchente de 1941 em Porto Alegre foi a maior enchente já registrada na cidade de Porto Alegre. Em plena Segunda Guerra Mundial choveu durante 22 dias, nos meses de abril e maio de 1941, as águas do Guaíba alcançaram uma cota de 4,76 metros (sendo a média normal de 1 metro). O centro da cidade ficou debaixo d’água e os barcos se tornaram o principal meio de transporte de Porto Alegre.
Em consequência da enchente de 1941 o Muro da Mauá foi construído para barrar uma nova inundação e o Arroio Dilúvio foi canalizado e seu traçado alterado. Ele costumava seguir em direção ao centro, tendo a Ponte de Pedra como local de transposição do Centro para a Zona Sul da cidade. Com a alteração sua foz passou a ser a Avenida Ipiranga junto ao Guaíba.
RUA DA PRAIA – ESTÁTUA QUINTANA-DRUMMOND
Rua da Praia
A Rua da Praia nasceu com cidade de Porto Alegre, às margens do Guaíba, compondo com as atuais ruas Riachuelo (Formadas pela Rua da Ponte e Rua do Cotovelo) e Duque de Caxias (Formadas pela Rua da Igreja – referência à Igreja Matriz – e pela Rua Formosa) os três eixos principais da ocupação urbana.
A mais antiga rua da cidade começava na ponta do Gasômetro, onde foram implantados os Armazéns Reais e o Arsenal da Marinha, e ia até a General Câmara, junto a Praça da Alfândega, na época, Largo da Quitanda, onde se aglutinavam os comerciantes. Recebeu seu primeiro calçamento, provavelmente, em 1799. Da Rua do Ouvidor (Atual General Câmara) até a Senhor dos Passos era conhecida como Rua da Graça, até 1843, quando as ruas foram emplacadas.
O botânico francês Saint-Hilaire, que esteve na cidade em 1820, fez elogios a Rua da Praia, destacando a grande movimentação do comércio. Já Nicolau Dreys destaca as edificações: ”Nesta rua, formada por casas geralmente altas, de estilo elegante e moderno…”.
Em 1865, a Câmara Municipal, em comemoração ao aniversário da Independência, alterou seu nome para Rua dos Andradas, desconsiderando sua identidade centenária e popular. Neste período, o antigo calçamento, executado à base de calha central, para a qual se inclinavam as calçadas, começou a ser substituído utilizando-se o sistema de pista abaulada, com sarjetas adjacentes a cada um dos passeios.
As pedras irregulares só são substituídas por paralelepípedos a partir de 1885. Em 1923 é introduzido o “requinte do calçamento de paralelepípedos de granito em mosaico” com duas cores.
No passado a rua abrigou cafés, confeitarias e uma quantidade de cinemas que agitavam a noite da cidade, como o Cacique, o Imperial, o Guarani e o Ópera e foi o centro cívico da cidade e do estado, ponto de encontro de políticos e estudantes.
A Rua da Praia é o coração da cidade. Nela estão a Igreja das Dores, a Casa de Cultura Mário Quintana, o Museu Hipólito da Costa, o Clube do Comércio, o Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo, a Catedral Episcopal, as Galerias Chaves e Malcon, a Livraria do Globo e os quartéis do Exército Brasileiro e da Brigada Militar. Temos ainda, a Esquina Democrática, a Praça Brigadeiro Sampaio, a Praça da Alfândega, grande palco da feira do livro, e o calçadão para pedestres.
Escultura Mário Quinta e Carlos Drummond Andrade
Fruto de uma encomenda da Câmara Riograndense do Livro, por ocasião da 47ª Feira do Livro de Porto Alegre, a obra foi inaugurada em 26 de outubro de 2001 no canteiro central da Praça da Alfândega e, atualmente, permanece neste mesmo local. Produzida pelo escultor Francisco Stockinger em São Paulo.
O monumento são duas estatuas em tamanho real dos escritores Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade que viveram em mesma época e que acabaram por protagonizar a cena representada nas estátuas em um encontro casual, onde foram até a praça da alfândega discutir suas obras.
CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA
Morada do poeta mais famoso das ruas de Porto Alegre por 12 anos entre 1968 e 1980, o antigo Hotel Majestic foi um marco arquitetônico para a cidade. Construído entre os anos de 1914 e 1929 pelo famoso arquiteto Theodor Wiederspahn, suas passarelas entre os dois prédios foram inéditas até então em Porto Alegre. Além de seus sete andares serem algo pouco comum na época, foi a primeira construção a usar concreto armado.
Os anos 30 e 40 foram os de maior sucesso do Majestic, período em que nele se hospedaram desde políticos importantes, como Getúlio Vargas, a artistas famosos, como Virgínia Lane e Francisco Alves. Porém, nas duas décadas posteriores, o hotel foi vítima da desfiguração que atingiu o centro da maioria das cidades brasileiras – em decorrência do período denominado “desenvolvimentista” -, passando a sofrer a concorrência de novos hotéis que contavam com instalações mais amplas e modernas.
Em 1980 o prédio é comprado pelo Banrisul afim de ser repassado ao Governo do RS (feito realizado em 1982). No ano de 1990 nasce a Casa de Cultura Mário Quintana, atrelada a Secretaria de Cultura do Estado do RS.
Local conta com cafés/restaurantes, diversas salas para oficinas e exposições, teatros e cinemas. O quarto número 217, onde viveu o poeta foi preservado e é possível visitá-lo. Em seu terraço há um jardim em homenagem ao ambientalista José Lutzemberger e certamente um local para se apreciar o belo pôr-do-sol sobre as águas do Guaíba.
IGREJA NOSSA SENHORA DAS DORES
O mais antigo templo religioso da cidade, a Igreja Nossa Senhora das Dores, foi tombada pelo IPHAN em 1938 – primeiro prédio tombado em Porto Alegre. Sua construção foi iniciada em 1807 e concluída somente em 1901, com a finalização de suas torres. Para esta demora há uma lenda:
Um escravo chamado Josino, foi injustamente acusado e condenado por roubo de materiais de construção da igreja e acabou sendo enforcado. Pouco antes da execução ele rogou uma praga: seu acusador(e senhor) Domingos José Lopes, jamais veria as torres concluídas como prova de sua inocência. O que realmente aconteceu!
Fora a lenda, a demora da construção tem outras explicações. Desde a Revolução Farroupilha, quanto questões financeiras da Ordem da Irmandade de Nossa Senhora das Dores foram responsáveis por diversas paralizações da obra. Devido a demora, a Igreja das Dores acabou tendo seu projeto modificado por diversas vezes e hoje ostenta uma mistura de estilos: Apesar de ter como origem um projeto barroco, seus longos 96 anos de construção fizeram com que passasse por diferentes leituras. Se internamente percebem-se as influências barroca e neoclássica a fachada é eclética.
THEATRO SÃO PEDRO – PRÉDIO GÊMEO
Por iniciativa de vários cidadãos de origem portuguesa, foi criada uma associação para a construção de um teatro público para a cidade. Até 1833 todos os teatros eram privados. Entre períodos de obras e paralisações, a construção foi entregue em 1858 pelo arquiteto alemão Felipe Normann. O projeto previa a construção de um prédio gêmeo – onde funcionou o Tribunal de Justiça até 1950 quando foi destruído por um incêndio.
O Theatro São Pedro durante seus primeiros 115 anos foi palco de grandes nomes da música e do teatro nacional e internacional. Sendo fechado em 1973 por total falta de condições de uso. Sob a tutela de Dona Eva Sopher, foi restaurado e reinaugurado. Além de ampliado com o espaço Multipalco.
O teatro segue o modelo do teatro italiano, com plateia em ferradura, duas galerias com camarotes e uma galeria superior com arquibancada, fosso de orquestra e palco. O edifício inclui ainda um saguão de recepção, um foyer superposto, salas de apoio e, no subsolo, espaços administrativos e bilheteria. O palco tem 9,87 m de largura na boca da cena, 5,50 m altura e 13,50 m de fundo a partir do fosso, com 133 m² de área útil. O salão possui capacidade total de 650 lugares, sendo a plateia com 266 lugares, 1ª galeria com 134 lugares, 2ª com 96 lugares e 3ª com 114 lugares. O teatro dispõe de espaço para lançamentos e coquetéis no 2° piso. A Sala Dinorá de Carvalho, voltada para pequenos recitais, tem 70 lugares.
O Multipalco Eva Sopher conta com 18 mil m² de área construída, teatro italiano, teatro oficina, concha acústica, sala para corpo de baile, sala para orquestra e sala de naipes, sala para entrevistas coletivas e reuniões, salas para ensaios, restaurante, praças, cafeteria e bar, quatro lojas e estacionamento.
Hoje, com instalações clássicas mas com estrutura moderna, segue sendo um dos palcos mais importantes do país. Foi tombado pelo IPHAE em 1984.
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
Inaugurado em 1927 no local onde hoje é se encontra o prédio da Assembléia Legislativa, o auditório teve grande projeção em sua sede original. Tratava-se de uma concha acústica em estilo neoclássico a céu aberto, que contava com vários bancos rodeados por caramanchões. Com os anos, foi aumentando a necessidade da construção de uma nova sede para a Assembléia, que deveria ser próxima às sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Isto levou a demolição do antigo prédio, em 1958, e uma nova sede foi projetada pelos arquitetos Moacir Moojen Marques e Carlos Maximiliano Fayet.
A nova sede foi construída no Parque Farroupilha 1964. Inicialmente, sediou concertos e a encenação de óperas. A partir da década de 1970, passou a abrigar grandes shows. Ele passou por várias reformas e hoje é administrado pela Opinião Produtora.
Um dos fatos mais interessantes sobre o Auditório original são seus bancos. Eles estão espalhados por praças e parques de Porto Alegre e tem características bem fáceis de serem identificados.
IGREJA MATRIZ – CATEDRAL METROPOLITANA
Igreja Matriz
A Igreja que deu o nome a Praça da Matriz (oficialmente Praça Marechal Deodoro) já não existe mais. E em seu lugar hoje está a Catedral Madre de Deus.
Com a mudança da capital da província de Viamão para Porto Alegre, houve a necessidade de se construir uma Igreja à altura da nova capital. O local escolhido foi o Alto da Praia – A escolha do sítio se deve naturalmente à sua localização dominante, tornando-se em breve o centro político e religioso da urbe e atraindo a elite emergente para residir nos arredores. A freguesia recebeu um projeto do Rio de Janeiro, de autoria desconhecida, em estilo barroco, com um corpo de três aberturas ladeado de dois campanários. As obras iniciaram no final de 1779 e foram concluídas em 1846.
Até 1832 existiam várias Ordens que disputavam os altares da Matriz, e acabaram sendo desmembradas e começou a construção da Igreja Nossa Senhora das Dores e da Igreja Nossa Senhora do Rosário.
A antiga Matriz foi uma igreja típica do Barroco tardio, tendo uma fachada austera e um interior ricamente decorado. A fachada se dividia em três blocos principais: o corpo da igreja e as duas torres anexas. A igreja tinha três portas ao nível da rua, sendo a central mais elevada, fechadas por pranchas entalhadas, e três janelas alinhadas por cima, no nível superior, com vergas trabalhadas.
O crescimento da população obrigou a Diocese a criar um novo projeto para a construção de uma Igreja maior. O projeto da nova Catedral foi desenvolvido a partir de 1915 e logo após a demolição da Matriz ele começou.
A última missa da Matriz foi celebrada em 1929, quando a Igreja já estava em processo de demolição.
Catedral Metropolitana
A pedra fundamental da nova Catedral, em estilo neo-renascentista seguindo, em escala menor, o modelo de São Pedro de Roma, foi lançada em agosto de 1921. Em 1929 os serviços religiosos foram transferidos para a nova cripta, possibilitando a demolição final da velha igreja barroca e a continuidade das obras. Vinte anos depois, as celebrações começaram a ocorrer na nave. As torres levaram outros vinte anos para serem finalizadas, sendo inauguradas em 1971, um ano antes da conclusão da cúpula. Somente em 1986, a catedral pôde ser concluída e consagrada.
A Catedral Madre de Deus possui um subsolo, onde está instalado o Salão Nobre e salas de apoio, um térreo, composto por amplo átrio, batistério, nave central, naves laterais; sacristia e salas de apoio, e um coro. A estrutura e as fachadas da edificação foram totalmente executadas em granito rústico rosa, extraído no bairro Teresópolis e na Aberta dos Morros, em Porto Alegre.
A fachada principal possui três corpos salientes (frontispício e torres) com intervalos na altura dos terraços sobre as naves laterais, três acessos simétricos entre colunas de granito aparelhado e uma cúpula de 65 metros de altura do nível da praça e diâmetro interno de quase 18 metros, uma das maiores do mundo.
A cúpula, construída em 1955, é estruturada por duas cascas de concreto, composta por 12 nervuras e 24 aberturas circulares. É apoiada sobre um tambor de alvenaria de tijolo maciço com pilares e cinta em concreto armado, com 12 conjuntos de colunas com capitéis em granito, aparelhadas duas a duas e intercaladas por aberturas com esquadrias de inox e vidros translúcidos. É encimada por um lanternim de granito rosa polido com 12 venezianas de cobre que, por sua vez, é coroado por um pináculo com uma cruz em aço inox, que se repete nas torres sineiras.
Fato curioso na Catedral são as oito carrancas de índios que “sustentam” a estrutura da Igreja em formato de cruz. Elas são visíveis nas laterais do prédio.
VIADUTO OTÁVIO ROCHA
As origens do viaduto remontam a 1914, quando o primeiro plano diretor da cidade previu a abertura de uma rua para ligar as zonas leste, sul e central de Porto Alegre, até então isoladas pelo chamado “morrinho”. Contudo, sua construção só foi decidida em 1926, quando o intendente Otávio Rocha, em conjunto com o presidente do Estado, Borges de Medeiros, determinou a abertura efetiva da atual Avenida Borges de Medeiros. Tal decisão exigiu um rebaixamento considerável no terreno, interrompendo o curso da Rua Duque de Caxias e obrigando a criação de uma via elevada para reconstituir sua passagem.
Em 1927 foi aprovado um projeto dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duilio Bernardi, e no ano seguinte começaram as desapropriações necessárias. Para realização da empreitada foi aberta uma concorrência, vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann. Foi entregue à população em 1932.
Cada passeio é revestido por mosaicos de cimento, e o revestimento é de reboco de pó de granito, imitando pedra aparelhada. Desde sua construção o Viaduto Otávio Rocha é um importante ponto de referência de Porto Alegre. Suas características arquitetônicas, bem como sua relevância sócio-cultural, levaram o município a inscrevê-lo no Livro Tombo sob o número 26, em 31 de outubro de 1988.
Após a promulgação da LEI Nº 10.541, de 19 de setembro de 2008, o espaço público superior do Viaduto Otávio Rocha passou a denominar-se “Passeio das Quatro Estações”. Cada uma das quatro escadarias passou a ser identificada em placas denominativas por uma estação do ano:
- Passeio Verão – com início na Rua Jerônimo Coelho e fim na Rua Duque de Caxias, lado direito do Viaduto, no sentido norte-sul;
- Passeio Outono – com início na Rua Jerônimo Coelho e fim na Rua Duque de Caxias, lado esquerdo do Viaduto, no sentido norte-sul;
- Passeio Inverno – com início na Rua Duque de Caxias e fim na Rua Coronel Fernando Machado, lado direito do Viaduto, no sentido norte-sul;
- Passeio Primavera – com início na Rua Duque de Caxias e fim na Rua Coronel Fernando Machado, lado esquerdo do Viaduto, no sentido norte-sul.
PALÁCIO PIRATINI
Assim como a Catedral, o Palácio Piratini não é o prédio original da função existente na Praça da Matriz. Antes do início da construção dele em 1896, no mesmo local, havia o Palácio de Barro (1789 até 1896) – antiga sede do Governo da Província. O então, presidente da Província Júlio de Castilhos manda construir um novo palácio para o Governo logo após o fim da Revolução Federalista. A sede do Governo é transferida para o “Forte Apache”, onde atualmente é o Memorial do Ministério Público (também na Praça da Matriz).
Em 1921 Borges de Medeiros se instala no Palácio mas as obras seguiriam por muitos anos ainda, sendo inagurado oficialmente na década de 1970. O nome Piratini só foi dado em 1955 pelo governador Ildo Meneghetti em homenagem a capital Farroupilha.
Na década de 1950, Aldo Locatelli foi contratado pelo interventor Ernesto Dornelles para pintar murais com temas do folclore e história do Rio Grande do Sul. Em 1928, Getúlio Vargas, eleito sucessor de Borges de Medeiros, é primeiro governante a morar no novo palácio, protagonizando importantes acontecimentos políticos, como as discussões e arranjos contra o governo Washington Luiz e posse de Júlio Prestes, que culminaram na Revolução de 30, marco de uma nova fase da História do Brasil.
Um dos eventos mais marcantes de sua história foi a Ordem de Bombardeio ao Palácio Piratini que aconteceu durante o mandato do governador Leonel Brizola, quando, em função da Campanha da Legalidade, em 1961, o governo federal decretou o bombardeio do Palácio. Porém, a ordem não foi acatada pelos soldados da base aérea de Canoas. Na ocasião, cerca de 30 mil pessoas estavam acampadas em frente ao Palácio, pedindo a posse de João Goulart na presidência da República.
Desde 1986 é considerado Patrimônio Histórico e Artístico do Estado. Em 2000, o Piratini foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
MEMORIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
Considerado o prédio mais antigo ainda de pé em Porto Alegre, construído em 1773 para abrigar a Casa da Junta. Foi sede da Tesouraria da Real Fazenda e da Assembléia Legislativa do RS entre 1835 e 1967, quando foi transferida para o Palácio Farroupilha, onde funciona até hoje.
Foi neste prédio que aconteceu a sessão de abertura da primeira Legislatura, em 20 de abril de 1835. Naquele ano, em 20 de setembro, o confronto entre o presidente da província, Antônio Fernandes Braga e no deputado Bento Gonçalves da Silva, culminou na invasão de Porto Alegre e o início da Revolução Farroupilha. Durante os 10 anos da Guerra dos Farrapos, o casarão teve períodos em que permaneceu fechado. Somente após a Paz de Ponche Verde, assinada em 1845, é que a Assembléia Provincial voltou a funcionar, com a instalação da segunda Legislatura do Parlamento, em 1º de março de 1846. A sessão foi presidida por Lima e Silva, o futuro Caxias.
ESCADARIA JOÃO MANOEL
A ladeira do Morro da Formiga, hoje tomado de construções, representava um obstáculo para a prefeitura urbanizar o quarteirão entre a Rua Coronel Fernando Machado e a Rua Duque de Caxias desde o final do século XIX. Em 1928 iniciou-se a construção do belvedere e de sua escadaria, em alvenaria de tijolos e pedras, na Rua Coronel Fernando Machado. O projeto foi assinado pelo arquiteto Cristiano de La Paix Gilbert e executado pela construtora de Theodor Wiederspahn. Cerca de um terço do custo da obra foi pago pela família Chaves Barcelos, proprietária dos imóveis do quarteirão, e o restante pelos cofres públicos.
Estruturalmente, a escadaria permanece do mesmo modo em que foi terminada, desenvolvendo-se em degraus e em patamares de forma simétrica. Vista da Rua Duque de Caxias, ela se desenvolve em três lances centralizados e ladeados por muretas, pilaretes e canteiros. A partir do terceiro lance, os degraus se dividem, com peitoril feito em ferro trabalhado, e se encontram novamente para outro lance que leva ao belvedere, cuja mureta possui balcão de apoio.
Conhecida como Escadaria do Amor – foi ponto de encontro de namorados durante décadas, o que gerou o apelido.
AÇOUGUEIRO DA RUA DO ARVOREDO
Nos anos 1860 Porto Alegre ganhou notoriedade internacional por um caso policial que se tornou lenda urbana e até hoje mexe no imaginário das pessoas. A rua do Arvoredo – atual Coronel Fernando Machado foi o palco do caso.
Ao que tudo indica, a sequência de assassinatos começa em 1863. José Ramos e Catarina Palse se conheceram em locais públicos frequentados pela elite da cidade e analisavam quais seriam as potenciais vítimas. A preferência era por imigrantes alemães, visto que Catarina não dominava o idioma português.
Após a escolha da vítima, Catarina Palse, as seduzia e marcava um encontro no Beco da Ópera (atual Rua Uruguai) e as levava para a casa do casal, onde as vítimas tinham seus pertences roubados e eram degoladas, esquartejadas e descarnadas. A carne era transformada em linguiça e vendida no açougue de Carlos Claussner. Segundo depoimentos da época, Claussner havia sugerido a Ramos a fabricação de linguiças com a carne dos assassinados, como uma forma de encobertar qualquer evidência dos crimes; já os ossos seriam dissolvidos em ácido ou incinerados no seu açougue. Embora o número exato permaneça um mistério, existem provas de que seis pessoas foram vítimas do casal.
Em agosto de 1863, uma sequência de desaparecimentos começou a repercutir pela cidade. Ao mesmo tempo, isso começou a despertar a curiosidade da opinião pública local. As autoridades começaram a ser pressionadas. A repercussão dessa sequência de crimes começou a assustar Claussner, que decidiu ir para o Uruguai, pois alegava estar infeliz em Porto Alegre. Dessa forma, José Ramos, temendo perder seu parceiro nos crimes, o matou e escondeu o corpo no quintal de sua casa. O casal eventualmente assumiu as posses de Classner e ao ser perguntado pela ausência do açougueiro ele alegava, que a loja e a casa haviam sido vendidas para ele. Entretanto, o negócio desandou devido ao desconhecimento de Palse e Ramos na fabricação de embutidos.
A elucidação dos crimes começou no ano seguinte, em 1864, com o desaparecimento do caixeiro-viajante José Ignacio de Souza Ávila e do comerciante português Januário Martins Ramos da Silva; que foram vistos no dia anterior na casa de José Ramos, na Rua do Arvoredo. Convocado a prestar esclarecimentos na delegacia, José disse que eles pernoitaram na casa e durante a manhã eles foram para São Sebastião do Caí. O delegado, não satisfeito com as explicações, no dia seguinte ao depoimento foi revistar a residência, encontrando evidências de diversos crimes. Foram achados vários indícios dos assassinatos cometidos ali ao serem encontrados pertences pessoais das vítimas conservados por Ramos como uma espécie de souvenirs de acontecimentos macabros.
Ainda, durante a revista, foram descobertos vários pedaços de um corpo humano em decomposição enterrados no porão da residência, sendo identificados como sendo os pedaços do alemão Carlos Claussner, dono de um açougue na Rua da Ponte. No poço da casa foram encontrados os corpos mutilados de Januário e José Ignácio e, também, de um cachorro com o ventre rasgado (o cão era de José Ignácio, que permaneceu na porta da casa de José Ramos latindo como se esperasse o dono por alguns dias, até que misteriosamente também desapareceu). Catarina, que havia sido presa por outros crimes e havia se tornado uma mucker, decidiu confessar que naquela casa foram cometidos seis assassinatos e que dos corpos das vítimas foram feitas linguiças pelo açougueiro Carlos Classner. O diário de Catarina foi o ponto de partida para a investigação das demais mortes.
Em 1987, o caso inspirou a publicação do livro Cães da província, de Luiz Antônio de Assis Brasil. O livro conta a biografia do escritor dramaturgo José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Corpo Santo. Junto com esta narrativa, Assis Brasil também incluiu paralelamente em sua história os crimes da Rua do Arvoredo. O livro foi republicado em 2010 pela editora L&PM Editores.
Em 1996, o historiador Décio Freitas publicou o livro O Maior Crime da Terra – O Açougue Humano da Rua do Arvoredo, pela Editora Sulina, após uma pesquisa aprofundada sobre o assunto.
Posteriormente, em 2005, a história dos crimes da Rua do Arvoredo inspiraria também o romance do escritor David Coimbra, Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo, publicado pela editora L&PM Editores.
CASTELINHO ALTO DA BRONZE
Situado no cruzamento da Rua Fernando Machado com a Rua General Vasco Alves. O nome Alto da Bronze deve-se à proximidade entre o prédio e a Praça General Osório, antes conhecida como Alto da Bronze.
O prédio é um bizarro exemplar da arquitetura medieval, com paredões de pedra e janelas em estilo gótico, mesclado com torres e grades dentadas, e foi construído no fim dos anos 1940, mais especificamente em 1948, a pedido do político Carlos Eurico Gomes para viver com sua amante, uma jovem de 18 anos, desquitada e mãe de um garoto. Ele era aficionado por edificações medievais construídas em pedra e solicitou esta construção após pesquisas de castelos de séculos passados.
Ele era, na época, do Partido Social Democrático (PSD) e casado com Ruth Caldas, irmã do proprietário do jornal Correio do Povo. Quando a traição foi descoberta, ele separou-se de Ruth para morar com a jovem 22 anos mais nova. Para a época isso foi um escândalo. Eurico e sua amante foram morar juntos no castelinho durante quatro anos. Ele era extremamente ciumento e, segundo reza a lenda, ela ficava no terceiro andar sem poder descer e nem se aproximar das janelas, como uma prisioneira. Essa história acabou virando livro, contada em “A Prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze”, escrita pelo jornalista Juremir Machado da Silva a partir do próprio relato da prisioneira. Depois de alguns anos ela teria fugido do castelo, após suposta ameaça de morte. Após sua separação, o castelinho ficou para o político e sua nova esposa, Nélida.
Nos anos 50 ali funcionou uma boate e, atualmente, abriga um espaço cultural, que integra expressões fotográficas, teatrais e de artes plásticas em oficinas e ateliês, além de exposições de artes, saraus literários e apresentações musicais e cênicas.
USINA DO GASÔMETRO – CADEIÃO
Usina do Gasômetro
Apesar do nome, era na realidade uma usina movida a carvão mineral — o tal “Gasômetro” fazia referência aos tanques de gás de petróleo que era distribuído por canalização às residências da cidade que ficavam ao lado de onde hoje está a Usina. Com isso, a ponta da cidade passou a se chamar “Ponta do Gasômetro” e a rua que contornava esta ponta de “Volta do Gasômetro”. Com a instalação posterior da usina termoelétrica, esta passou a se chamar “usina da Ponta do Gasômetro” ou simplesmente “Usina do Gasômetro”. Prédio tombado pelo IPHAE.
A usina termelétrica do Gasômetro foi inaugurada no dia 11 de novembro 1928, na então chamada Praia do Arsenal, produzindo energia de carvão vegetal, sendo palco da industrialização ainda incipiente no Brasil. O projeto veio da Inglaterra, assim como todas as máquinas e materiais foi uma das primeiras edificações em concreto armado do Estado, com fechamento em alvenaria de tijolos e aberturas definidas por grandes esquadrias de caixilharia de aço. A fundação é formada por imensos maciços de concreto, assentados sobre rocha granítica no nível 1,50m.
O complexo arquitetônico Usina do Gasômetro recebeu esse nome devido à proximidade com a antiga Usina de Gás de Hidrogênio Carbonado que ocupava as margens da rua Washington Luíz. Essa usina fornecia gás destinado à iluminação pública e abastecimento de fogões.
A chaminé de 117 metros foi construída em 1937 durante a administração de Alberto Bins para amenizar os problemas causados pela emissão de fuligem.
Devido à crise do petróleo e à falta de condições de atender à demanda de energia a usina foi desativada em 1974, entrando a partir daí em rápido processo de deterioração.
Desde 1991 a Usina do Gasômetro funciona como Centro Cultural. Os 18 mil metros quadrados de área abrigam auditórios, salas multiuso, anfiteatros para vídeo e atividades múltiplas, laboratório fotográfico, estúdio de gravação, videoteca, espaços para exposições, centro de documentação com biblioteca, cinema, teatro e praça de variedades com restaurante e bares.
A Usina do Gasômetro foi importante local de eventos como a Bienal do Mercosul e Fórum Social Mundial. Hoje encontra-se fechada para reforma – sem previsão de reabertura.
Casa de Correção – Cadeião
Situada ao lado da Usina do Gasômetro existiu uma grande Casa de Correção, conhecido como “Cadeião”. O antigo presídio abrigou detentos entre os anos 1855 e 1962, quando foi implodido com a presença do governador Leonel Brizola, que tinha, aliás, mandado construir uma nova Penitenciária, o centenário edifício, ainda sólido e utilizável para outras finalidades, foi dinamitado.
Uma estatística de 1937 ainda nos apresenta uma Casa de Correção com 537 detentos, sendo 463 homens, nove mulheres e 65 menores.
Para os mais jovens é difícil imaginar que existiu um prédio tão grande e com esta finalidade em dos locais mais valorizados e movimentados de Porto Alegre.
Saiba mais:
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