Na cidade de Candelária, no centro do estado do Rio Grande do Sul, há uma lenda sobre um monge e o Cerro do Botucaraí. Há quase 2 séculos a região é cercada de mistérios e histórias!
O Botucaraí é o principal marco de Candelária, junto com o Aqueduto. E seus 569 metros lhe dão o status de o mais alto morro isolado do estado (ponto mais alto do RS é o Pico do Monte Negro em São José dos Ausentes). Seu porte majestoso é visto em diferentes ângulos dependendo do ponto de observação. E possui uma trilha curta, mas intensa para chegar ao seu topo.
Os tupi-guaranis chamavam-no ybyty-caray, que, na sua linguagem, queria dizer Monte Santo.
Geologicamente, o Botucaraí é formado por basalto e granito – sendo os tipos de rocha visíveis. Esta montanha faz parte do Planalto Meridional Sul-brasileiro com 60 milhões de anos e a região estava abaixo do mar.
José Maria de Agostini foi um monge italiano que viveu na região entre os anos de 1845 e 1848. Ele viveu no Cerro do Botucaraí e teve seu nome atrelado a curas e bençãos de fieis, até mesmo a fonte que desce do morro é considerada benta por seus adoradores.
Nas sexta-feiras santas, existe uma peregrinação que vai até o topo do Morro, onde fica um marco geodésico que hoje é usado como altar para pedidos e agradecimentos de graças. A devoção é tanta ao local e ao monge que muitas pessoas da região o chamam de Santo Cerro.
Infelizmente a história do monge não acabou bem. Devido à introdução ao culto a Santo Antão – pai de todos os monges – o General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava) decretou a prisão de José Maria, por medo de levantes populares na região. Ao invés de ser preso, ele acabou exilado do Rio Grande do Sul. Tendo andado por Santa Catarina e Paraná.
Sua morte não foi oficialmente confirmada. Uma parte dos historiadores diz que ele teria morrido em Sorocaba-SP. Outra (mais aceita) que teria sido assassinado na divisa do México com os EUA, após ter deixado o Brasil em 1852 e peregrinado por vários países da América.
Outro fato curioso sobre o monge é a “Praga sobre Rio Pardo”. Em visita à cidade no ano de 1845, o monge teria tentado pregar ao povo e por desentendimento com o então, Tenente Coronel Andrade Neves, teria acabado sendo preso e agredido pelo mesmo. Ele teria rogado uma praga sobre Rio Pardo que enquanto os descendentes de Neves estivessem na região a cidade não teria progresso.
Verdade ou mito, o fato é que Rio Pardo ao longo dos anos foi perdendo importância e hoje é uma cidade muito menos relevante ao Rio Grande do Sul do que foi no passado.
Conhecer o Cerro do Botucaraí é muito mais do que conhecer uma montanha incrível. É uma imersão em lendas, histórias e curiosidades de uma região de imensa beleza natural!
Quer conhecer este lugar? A Top te leva, saiba mais aqui.
Fontes: Wikipedia, UFSM, Prefeitura de Candelária
Saiba mais:
Conheça a Quarta Colônia Italiana
Paleotocas e trilhas no sul do Brasil
Sobre o autor:
Pablo Campozani, coordenador da Top Trip Adventure.