Quando mais novos, o tempo não se faz tão evidente. Quando crianças / adolescentes, sempre achamos que teremos todo tempo do mundo para tudo… E sempre acaba se ouvindo, ou dizendo, alguma frase do tipo: – Deixa assim, tem tempo!
Com o tempo, e aos poucos, começamos a captar melhor o significado do “dar um tempo” e, por incrível que pareça, ele, o tempo, começa a faltar… A ser mais curto – ou longo demais, dependendo da situação – e começamos a notar a importância do tempo, para o seu tempo!
De exemplo: Meu pai sempre dizia:
“Vamos pescar? Dar um tempo pra relaxar?”
Dar um tempo?! O que significava este “dar um tempo”?
Eu não entendia o porquê. O que me importava, naquele momento, era a companhia e, obviamente, o
tempo que eu tinha para brincar e estar com o “velho”.
Claro, com o tempo, comecei a entender melhor a necessidade em dar um tempo para o meu tempo, em sair da rotina e ter um momento fora do contexto de tantas obrigações, deveres, decisões… De sair um pouco do dia a dia de trabalho, contas, problemas e da busca de possíveis soluções para todas as
situações… Entendi que precisava dar um tempo para o meu tempo e, com isso, conhecer novos lugares, pessoas diferentes e viver novas experiências… E de tiracolo, ter tempo para recarregar as energias para tocar as coisas do “mundo normal”.
Mas, com o tempo, o tempo para isso se perdeu. Não por não querer mais, mas por não ter mais (ou achar que não tinha mais) um tempo para este tempo… Para o meu tempo!
Responsabilidades começaram a surgir – O trabalho, os estudos, a família… As decisões de prioridades mudaram e o tempo, para o meu tempo, acabou por ser deixado de lado.
Hoje, depois de muito tempo, e já com 33 anos, entendi que priorizei algumas coisas que, quando mais novo, via como as mais importantes… E não foram decisões erradas… Mas que me levaram a não achar mais uma “pausa” para ter um tempo para o meu tempo.
Mas a pouco tempo tomei a decisão de, novamente, achar tempo para o conseguir me dar um tempo. E neste achado me veio, de presente, algumas pessoas – hoje bons amigos e amigas – que, por motivos seus, também teriam – e ainda tem – a necessidade em se dar este tempo.
E que time! Só tops!
(Sim, referências 😉 ).
E como faz bem.
Parar… Pensar… Analisar e rever as coisas que já aconteceram… A troca de experiências e de
opiniões… Tomadas de decisão para escolhas de vida e pra vida… Aprender com erros – seus e dos
outros – a fim de não repeti-los… Aprender com os acertos – também seus e também dos outros – e
compreender que deve-se manter a linha para continuar sendo assertivo, da melhor forma possível.
Hoje, novamente, me dou tempo… Achei um tempo para o meu tempo!
Muitas vezes em companhia de pessoas incríveis… Muitas vezes em companhia daquela que me faz
feliz… E que sempre me fazem aproveitar deste tempo com o intuito de melhorar… Melhorar minha
saúde física e mental (principalmente mental), que me fazem melhorar como pessoa… Como ser humano.
Estes dias li um texto do autor Henfil e, em uma das estrofes, acabei “filosofando” tudo isso.
Segue o trecho que me inspirou:
(…) Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade;
Até que volte para a faculdade;
até que perca 5 quilos;
até que ganhe 5 quilos;
até que tenha tido filhos;
até que seus filhos tenham saído de casa;
até que você se case;
até que você se divorcie;
até sexta à noite;
até segunda de manhã;
até que você tenha comprado um carro novo ou uma casa nova;
até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos;
até que você tenha tomado o seu drink;
até que você esteja sóbrio de novo;
até que você morra;
E decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo (…).
É isso!
Aproveitem o tempo… Achem um tempo para se darem um tempo.
Se entenda… Se escute… Se analise… Reflita… Aprenda com você mesmo…
Pode ser fazendo uma viagem de meditação… Pode ser fazendo uma trilha, um rapel (e que é bem tri)…
Mas também pode ser um “bate e volta” ali na praia… Ir curtir um por do sol ou só ficar ali, no sofá,
vendo um seriado… Vá sozinha(o), ou vá com amigos… Vá com seu “amor”… Mas vá!!!
É essencial, na minha opinião.
Matheus Adejair Gomes
34 anos, analista de sistemas.